data-filename="retriever" style="width: 100%;">Os jardins são espaço para enaltecer a natureza. As flores perfumam e colorem. Representam fertilidade oferecendo néctar e seiva aos pássaros e aos insetos. Servem de abrigo e moradia para muitos seres minúsculos. A urbanização e a verticalização eliminam cada vez mais, os jardins das cidades. Santa Maria é uma cidade carente de parques, praças e jardins. Lugares para as crianças correr, jogar bola, andar de bicicleta, pular sapata, brincar de esconde-esconde. Lugares para sentar e admirar a natureza. Namorar. Servir de abrigo para animais e plantas.
A natureza transmite paz, desarma espíritos. Nos dá equilíbrio. Crianças são como flores. Iluminam e colorem a vida. Além do frescor do tempo, nos transmitem sinceridade. Crianças são transparentes. Não fingem. São autênticas. São espontâneas. Abraçam quando simpatizam. São indiferentes ao que não lhes traz alegria. Crianças olham no olho. Não teatralizam gestos. Não fingem sorrisos.
Quem dera não nos deixarmos contaminar pelos padrões sociais sufocantes e mantermos a pureza das crianças! Não tenho dúvida que teríamos um mundo mais humano. Um mundo no qual os direitos seriam para todos e os deveres também. Um mundo com mais sentimentos e menos ressentimentos. Crianças e jardins formam uma combinação perfeita. Pura sintonia! Se completam.
A exemplo das flores, crianças devem ser cuidadas. Crianças criadas em contato com a natureza são mais respeitosas, desenvolvem empatia e senso coletivo. Aprendem a cuidar e a respeitar todos os seres. No planeta formamos um sistema no qual todos são essenciais para a manutenção do equilíbrio. Não há superiores, nem inferiores. Todos são fundamentais. Acho uma pena jardins cercados, gradeados e com proibições: Não pise na grama! Estão cada vez mais miniaturizados. A beleza das flores, das borboletas, das abelhas, dos pássaros se perde entre pisos e cimento. As construções têm que ocupar a maior taxa para alimentar uma economia gananciosa que desconsidera a natureza, nosso maior capital.
Meu jardim, ainda insisto, não possui grade, portão ou muro. Meu jardim colore o asfalto e perfuma o ar para quem passa. Foi sempre assim para que meus filhos corressem em liberdade, jogassem bola e crescessem com a grama sob os pés. Os filhos cresceram, o jogo de bola e os pés descalços tomaram outros rumos. O jardim aberto se mantém. Ele foi um convite para a Bebel e a Alice correrem na grama, ao entardecer. Um presente para mim.
A revelação foi feita por meio de uma foto que a mãe delas me enviou (neste horário, geralmente, estou admirando os passarinhos que vêm às centenas no meu pátio). As meninas do meu jardim colorem e alegram ainda mais a vida, sobretudo a minha. Por mais jardins com crianças brincando em contato com a natureza. Por mais natureza nas cidades. Por mais espaços verdes em Santa Maria. Por mais vida pulsante. Esta é uma boa pauta para os candidatos às eleições 2020.